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Rebocador Laurindo – Moreira da Silva & Geraldo Gomes

Indicação nº 10 do dia:

Rebocador Laurindo

Quando o Rebocador Laurindo apitar *apito de navio*,
o que será de minha sina?
Eu, um malandro alinhado, no meio de uns pilantras
vou pra Colombina embarcado.

Breque:
Colombina colônia convencional, Ilha Grande.
É um ilha, não posso fugir.
Como tem tubarão, nossa senhora… que cana dura!

A tal de viga me mete pavor,
vou trabalhar pro diretor.

Breque:
É uma viga de ferro. Nego tem que enfrentar aquela viga por castigo.
Pra lá e pra cá, e… ‘tamos conversado, a hora é essa. Vai em frente, vargolino!

Mas sinto uma dor no coração, porque me falaram mum tal de camarão.

Breque:
Que quando… “xô” te contar, olha:
é um cipó, não é camarão ensopadinho com chuchu, que eu também gosto.
Às quintas-feiras dona Mariazinha faz, que beleza de gostosura.
É, mas é um cipó que quando bate, arrebenta qualquer peruano, rapaz…
Vou te contar, não é mole, não, doutor!

Eu, Antonico Abóbora d’Água li meu nome no jornal, cheio de mágoa… quem diria?
Eu, o maior dos bailarinos, um papo legal e fino,
o maior na valentia.
Eu trabalhei aquele otário mal,
e fui arrastado pela turma do braçal – que quando chega…

Breque:
– Ô meu amigo, vamos até ali que o homem quer falar com você…
– Mas logo hoje que eu tô com um baile programado, o senhor quer me assediar…?
– Não, vamo lá! Não tem nada de mais, não. Acho que é pra dar um presente pra você.
– Mas tô com habeas corpus preventivo, peraí!
– Vamo lá, rapaz!
– Engrossou. Pronto, entrei.